sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Os últimos dias do ano - Parte I

Poderia descrever os últimos sete dias como os mais agitados e cheios de emoção de todo o ano.
Semana passada, na sexta-feira, eu estava comprando presentes e me planejando para o final de semana que seria cheio de comemorações.

E ainda pensando em tudo que teria que colocar na mochila para a viagem. Foi um dia quente e ainda dei uma passada na redação pra fazer um servicinho de última hora...

No sábado acordei cedo, me arrumei para o primeiro compromisso. Festa dos amigos da empresa do Isac. As melhores companhias! Amigos queridos, animados, sempre novidade. Fui buscar o Isac em casa e na hora de sair veio a ligação que ninguém esperava receber na casa dele.

A vó do Isac, de 84 anos, estava internada no hospital há 2 meses. Sua situação era alternada por dias bons, dias ruins, e assim o tempo foi passando. Até às 11h30 daquela manhã ensolarada de sábado.

Conviver com a situação da perda de alguém tão querido e especial pra família é algo que eu, graças a Deus, ainda não passei. Pelo menos não com alguém tão ligado a mim como era a vó do Isac e ele.

O sábado se transformou em uma corrida ao hospital, na imagem de uma vida que partiu e deixou muita saudade. Os compromissos que seriam de celebração se transformaram em providências de como organizar uma despedida digna.

Conviver com a morte é uma coisa que não sei. Me recolhi ao silêncio, fazendo apenas o que estava ao meu alcance. Fiquei muito triste. E não sabia como poderia ser útil.
Passamos o dia e a noite em função das pessoas, que assim como a gente, queriam se despedir da vó Avani.

O domingo, ainda mais quente que o sábado, era outro dia de comemoração. O aniversário da minha irmã de coração, a Dinha. Nós últimos anos não conseguimos participar das festas que ela oferece, sempre tem alguma coisa pra fazer que foi marcada com antecedência. Esse ano seria diferente. A prioridade era dela. Mas existem coisas que não podemos anotar a hora na agenda... E nossa manhã de domingo foi de missa, orações e baixar o caixão na despedida oficial.

Desde o sábado eu me perguntava se deveria manter a viagem ou não. Foi uma coisa que não parou de reverberar na minha cabeça... A tarde do domingo chegou e o ônibus partiria às 21h.
Perguntei pro Isac se ele queria que eu ficasse. Ele pacientemente me permitiu cumprir um dos meus compromissos de final de ano.

Fui pra casa cansada sem conseguir pensar no que jogar dentro da mochila. Precisava ser rápida, e se possível, não esquecer nada.

Continua amanhã...

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